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Sobreviver e Prosperar numa era de Juros Baixos e Inflação Elevada

Num ambiente de baixas taxas de juro e inflação elevada, como devem as empresas preparar-se?

  1. Alterações na Estrutura de Capital
    • Otimizar a Estratégia de Dívida: com taxas de juro reduzidas, a dívida pode ser mais barata, permitindo que as empresas financiem o crescimento, fusões e aquisições ou projectos de expansão de forma mais acessível. As empresas devem considerar assumir dívida a taxa fixa para se protegerem contra possíveis aumentos de taxas no futuro.
    • Reequilibrar os Investimentos de Capital: com custos de financiamento baixos, as empresas podem investir em projetos de capital mais intensivo, especialmente aqueles que podem ter benefícios a longo prazo e resistentes à inflação, como a tecnologia ou a automação.
    • Foco na Gestão de Fundo de Maneio: a inflação tende a deteriorar o valor do dinheiro, por isso otimizar o fundo de maneio (p.e. inventário e contas a receber) garante que o dinheiro não está inativo e é usado de forma eficaz.
  2. Adaptação na Estratégia de Preços
    • Flexibilidade nos Preços: num ambiente inflacionário, as empresas podem precisar de rever os seus modelos de preços para transferir o aumento de custos para os consumidores, equilibrando cuidadosamente os ajustes de preços para manter a procura.
    • Modelos de Preços Dinâmicos: aproveitando a tecnologia para implementar preços em tempo real ou de forma dinâmica, as empresas podem ajustar os preços com base nas mudanças de custos e no nível de procura.
    • Preços Baseados em Valor: sempre que possível, enfatizar o valor dos produtos ou serviços em vez dos custos brutos para justificar aumentos de preço sem afastar os clientes.
  3. Gestão de Custos e Aumento de Eficiência
    • Foco na Eficiência Operacional: a inflação geralmente aumenta os custos de produção, por isso as empresas devem investir em melhorias de processos para reduzir desperdícios e aumentar a produtividade. A automação, por exemplo, pode reduzir uma dependência elevada de mão-de-obra, que se pode tornar mais cara.
    • Avaliação das Cadeias de Abastecimento: interrupções e aumentos de custos nas cadeias de abastecimento são comuns em períodos inflacionários. As empresas devem considerar a diversificação de fornecedores ou relocalizar partes críticas da sua cadeia de abastecimento para reduzir a dependência de uma única fonte.
    • Exploração de Investimentos em Tecnologia: tecnologias que melhoram a eficiência ou reduzem custos são valiosas, especialmente com financiamento acessível. Exemplos incluem ferramentas de optimização de cadeia de abastecimento, software de gestão de inventário e automação de processos.
  4. Investimento em Ativos Protegidos contra a Inflação
    • Cobertura com Títulos Ligados à Inflação: empresas com elevados montantes em caixa podem considerar títulos indexados à inflação para preservar o valor. Além disso, investir em ativos com “proteção” histórica contra a inflação, como imobiliário, matérias-primas ou energia, pode oferecer proteção contra o impacto da inflação no poder de compra.
    • Comprar ou Alugar: as empresas devem analisar se devem comprar ou alugar ativos, considerando o potencial impacto da inflação no valor dos ativos e nos custos de manutenção.
  5. Gestão de Talento e Estratégia de Custos Laborais
    • Retenção de Talento Crítico: escassez de mão-de-obra e salários mais altos são frequentemente desafios em tempos de inflação. As empresas que investem na retenção, formação e satisfação dos colaboradores podem sofrer menos rotatividade e evitar os custos de novas contratações e formação.
    • Reavaliar Políticas Salariais: os salários podem precisar de ser ajustados para acompanhar a inflação e manter a competitividade. Oferecer benefícios não-monetários, como opções de trabalho flexível ou formação adicional, pode ajudar a compensar as crescentes exigências salariais.
    • Externalização e Flexibilidade: onde apropriado, a externalização ou contratação baseada em projetos pode proporcionar mais flexibilidade e permitir que o negócio adeque as operações conforme a procura, evitando custos fixos elevados com mão-de-obra.
  6. Aperfeiçoamento na Gestão de Riscos e Previsão Financeira
    • Cobertura de Inflação e Taxas de Juro: algumas empresas podem beneficiar do uso de instrumentos financeiros para se proteger contra variações nas taxas de juro ou inflação dos custos de produção, especialmente se dependem de matérias-primas específicas.
    • Planeamento de Cenários: com o ambiente macroeconómico cada vez menos previsível, as empresas devem fazer testes de stress às projeções financeiras para se prepararem para cenários de inflação e taxas de juro variadas.
    • Previsão Financeira Mais Robusta: a inflação pode reduzir as margens rapidamente, por isso uma previsão financeira aprimorada, especialmente com ferramentas automatizadas, permite que as empresas ajustem as estratégias conforme as condições macroeconómicas evoluem.
  7. Relação e Fidelização de Clientes
    • Investir em Programas de Fidelização: em tempos de inflação, os clientes tendem a ser mais sensíveis aos preços. Construir uma estratégia de fidelização pode ajudar as empresas a manter os clientes, mesmo que os preços necessitem de subir.
    • Comunicação de Valor: destacar o valor e a qualidade dos seus produtos e serviços, explicando as razões por trás de eventuais ajustamentos de preços por forma a manter a confiança do cliente.
    • Opções de Pagamento Flexíveis: oferecer planos de pagamento em prestações, opções de financiamento ou programas de recompensas pode facilitar as compras para os clientes que enfrentam as suas próprias pressões inflacionárias.